quarta-feira, 15 de abril de 2009

Resumo do filme O Nome da Rosa

ANNAUD,Jean Jacques. O Nome da Rosa, nascido em 01 de outubro de 1943, na cidade de Draveil na França, foi formado em Literatura, estudou cinema em Paris, já naquela época ele demonstrava ter uma personalidade nada conformada, algo sempre desafiadora, fazia questão de produzir o cinema diferente de tudo que a TV e a indústria cinematográfica poderia oferecer, como é o caso da obra relatada abaixo, tratando de uma bela trama e um clima denso e sensual, o qual obteve grande êxito.

O filme citado acima relata um momento crucial da sociedade no século XIV, onde em um monastério ocorre vários assassinatos sem possíveis causas diagnosticadas, alguns encontram justificativas em questões diabólicas, outros em um simples contato com alguns livros encontrados no mosteiro. Para solucionar tais questionamentos, e descobrir o verdadeiro motivo das mortes dentro do mosteiro, o monge Willian Braskerville chega ao mosteiro com seu companheiro Asdo, um jovem a beira do despertar intelectual e sexual, que o auxilia sempre nas descobertas que precisam ser feitas.
Willian Braskerville é um grande representante da ciência, monge franciscano, ex- inquisidor, inicia sua intensa investigação junto ao Asdo seu companheiro desta batalha, sempre observando cada detalhe da vida daquele lugar, levantado hipóteses e pistas até então não tão visíveis pelos demais. Em oposição a tal situação, monges do mosteiro beneditino, acreditavam indiscutivelmente numa força sobrenatural diabólica, que vem contrastar a fé tão concisa deste povo tão fervoroso. Willian que fez o papel do homem ligado à ciência, leva em cada instante os monges a refletirem a respeito da suspeita que eles apreciavam com tanta veemência.
O filme retrata momentos de tanta fé e crença absoluta onde é mostrado de forma real cada trajeto e ritual feito pelos monges, em momentos de adoração, e total envolvimento com Deus. Em contrapartida é nítido observar momentos em que a igreja trata os renegados da sociedade como os piores existentes da face da Terra, jogando alimento do alto da torre da igreja, situação que provocava uma disputa desumana e extremamente violenta. Então, é contrastante observar o poder que a religiosidade exercia sob o povo na época retratada. Visto que, os monges precisavam seguir rituais extremos de modo que os levasse até a flagelação como forma de punição por alguma situação pelos superiores determinada como pecado, ou em relação a algo que fosse contra o pensamento religioso.
Assim, o filme O Nome da Rosa leva o indivíduo a refletir acerca de questões citadas acima, bem com sobre o papel da ciência em buscar conduzir o ser humano à verdade, ao saber, enquanto a religião vista de forma egocêntrica leva ao caminho da obscuridade, sem noção nem justificativas para esclarecer tantos fatos ocorridos de outrora. No mosteiro há uma biblioteca, onde existem escritos do filósofo Aristóteles, este apresentando idéias à luz da reflexão e da razão, o que vem entrar em contraste com o auto poder religioso dos que viviam naquele mosteiro.
Diante das pretensiosas afirmações contidas nesses escritos, eles deveriam permanecer extremamente enclausurados e ainda mantidos como objeto de pecado para que ninguém ousasse o seu acesso. Tamanha era a proibição ao acesso às reflexões acerca do poder da fé, que a biblioteca do mosteiro era localizada em uma região macabra, cheia de caveiras e túmulos, para que ninguém tivesse a ousadia nem a coragem de se ir a tal lugar, os monges chegavam a afirmar que para chegar até o conhecimento deveriam passar pela morte.
No século retratado no filme, a sociedade tinha apenas uma saída- a obediência aos seus superiores, neste caso representados pelos que serviam à igreja. Desta forma os demais eram objetos de subserviência à hierarquia que era definida. Entretanto nada deveria ser lançado como dúvida ou questionamento, tal situação seria definida como um desagrado a Deus e assim teria sérias conseqüências. Desta forma, a igreja foi exercendo um grande poder sob o povo e mais específico sob os monges retratados neste filme, a ponto de definir o que os mesmos deveriam ou não fazer, ou seja tudo de acordo às leis superiores.
Logo, a idéia reforça a tese de que sempre existirá um indivíduo no poder para que os demais obedeçam, e nesse caso, um dos monges superiores jamais permitiria o acesso à reflexão ou pensamentos que colocassem em pauta as questões da fidelidade a Deus. Uma das atitudes tomadas para eliminar os que conseguissem acesso aos escritos de Aristóteles, foi envenenar as páginas deste livro, o que causaria a morte, façanha realizada por um dos monges que não admitia o poder reflexivo sobre o riso feito por Aristóteles nestes livros.
Durante o filme, Willian Baskerville, busca a todo instante de forma racional e precisa desvendar os misteriosos assassinatos ocorridos dentro do mosteiro, chegando à real conclusão que seria o envenenamento através do contato com as páginas dos livros proibidos. A obra analisada mescla situações voltadas para a discussão do caráter humano, bem como o poder que o homem exerce sobre o outro a fim de manter uma posição de liderança independente de qualquer situação, e aliado a tal questão, o poder exterminador da religião como algo ligado ao fanatismo, sem permitir ao homem o conhecimento da verdade por sua própria busca.
Em decorrência das descobertas feitas por Willian, a população que até então era visivelmente dominada e massacrada, se revolta contra tais monges que praticavam a inquisição, definindo aí um cenário de grandes revoltas e massacres, onde a população não encontra justificativas nem para os assassinatos, muito menos para o incêndio da biblioteca do mosteiro.
É importante salientar diante desta análise, que nada mais justo e humano do que o indivíduo buscar conhecer a verdade através da luta incessante pelo saber. Porém, é nítido observar as situações que a sociedade vem passando, onde o homem busca o saber de forma insaciável, mas em contrapartida, perde o senso da responsabilidade humana. É imprescindível avançar de forma a favorecer o crescimento da sociedade, mas sem perder a essência humana, respeito e o amor ao próximo .

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